domingo, 10 de janeiro de 2010

Pela Janela.


O tempo apenas me inspirou para um poema como este. Frio e curto. Como está lá fora.




Pela janela tudo vejo.


O frio corta quem lá anda e ameaça-me entrar.

Entendo o aviso e enrosco-me mais.


Vejo as árvores que dançam á melodia do vento, e riem-se de quem se encolhe em arrepios.

- Todos as notam -


Os baloiços rangem empurrados pela brisa, sem calor humano para os usar.

- Lamentam-se -


Casais correm juntos, apenas para em suas casas se esconderem. Aquecerem-se.


As cadeiras das esplanadas, sozinhas, gelam.

Fazem companhia ás mesas que por pessoas esperam. Quietas. Ao frio.

Esperam porque mais não podem fazer.


Passando levemente o olhar pela vista de gelo, vejo-te sentada.

O frio toca-te, e a ele ligas-te. Gela-me a visão.

Canta-te melodias que acompanhas, sem escolha.


Recolho-me para o meu quente recanto e inspiro.


Sacudo a paisagem e a vista dos ombros e aqueço-me.


Porque se tudo aquilo lá fora vi, é porque aqui dentro comigo não está.

3 comentários:

  1. Agora que estou no aconchego de casa não é bom ler um poema destes. Dá para sentir frio só de ler.. Precisava dum pouquinho de inspiração, podias partilhar.
    Tens expressividade, ja sabes isso.

    *

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  2. se ta a chover e muito frio, uma tempestade... nao ha espladas com cadeiras ca fora nao e sergio?
    *

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  3. Como a Catarina diz:dá para sentir o frio só de ler.
    Tu sempre tiveste o dom de bem escrever, de te bem expressares, e de entusiasmares os outros com as tuas palavras. Continua assim!e eu vou seguindo-te por aqui...*

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